20 de novembro e a Educação Antirracista

Uma das principais problemáticas apresentadas em uma experiência de intercâmbio é a relação entre educação e diferenças culturais. No centro desta preocupação, instituições de ensino abertas aos estudantes internacionais se empenham cada vez mais na construção de processos educativos culturalmente referenciados. Mas qual é a relevância do debate sobre a educação intercultural?

Estudos sobre as relações étnico-raciais na educação ganham cada vez mais espaço nos debates e pesquisas que interferem diretamente nas reivindicações de movimentos sociais. Diferença étnica, multiculturalismo e identidades culturais são termos crescentes nas produções acadêmicas sobre questões relativas à colonialidade na educação.

A reflexão sobre interculturalidade, relações étnico-raciais e educação no contexto de um estudante internacional, geralmente, emerge apenas frente a uma situação desconfortável que muito facilmente pode ser confundida como “choque cultural”. A diferença entre choque cultural e colonialidade é que no primeiro não há uma relação formal de poder entre duas culturas disputando a forma como o conhecimento se articula. É comum encontrarmos modelos educacionais eurocêntricos tomados como únicos e universais, mas também é uma forma de poder que submete estudantes de países da América Latina, África e Ásia.

A produção de conhecimento, o imaginário, o mundo simbólico, a subjetividade e o processo histórico do estudante não-europeu são fundamentais para a construção de novos modelos que superem a construção histórica do conceito de raça. Raça é uma abstração que nada tem a ver com processos biológicos e, portanto, não deve ser fator que determina a expressão ou repressão de formas de saber. Nenhuma epistemologia como espaço de produção de pensamento crítico e científico deve ser desconsiderada por conta da origem racial de quem a produz.

Inúmeras instituições de ensino de origem europeia se esforçam no sentido de tratar o conhecimento como humano e enriquecida pelas diversas culturas contribuintes deste processo de produção de saber, a partir de uma perspectiva da decolonização da educação. Estas são as instituições mais preparadas para receber o estudante brasileiro e contribuir com o desenvolvimento individual do seu corpo discente e do seu campo do conhecimento.

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