Estamos acostumados a associar o termo “Educação Internacional” às experiências de intercâmbio de jovens e adultos que buscam aprimorar o conhecimento de línguas no exterior. Aos poucos, outras opções de cursos passaram a ser buscados por quem já domina uma língua estrangeira, como cursos profissionalizantes e de nível superior. Mas podemos nos aprofundar no debate sobre a educação internacional e seus benefícios.
Se compreendermos a educação como um processo constante de criação de conhecimento e de busca da transformação da realidade pela ação-reflexão humana, onde se insere a condição internacional da educação, uma vez que o conhecimento em si já abrange a contribuição de diferentes povos?
A educação é internacional quando se propõe pensar sobre os desdobramentos globais da intervenção das pessoas sobre a sociedade, por meio de currículos nos quais se articulam as perspectivas inter e transculturais, abrangendo o contato com idiomas estrangeiros e redes de cooperação. Desta forma, os termos interculturalidade e transculturalidade demonstram como o universo internacional da educação pode contribuir para uma visão global do estudante.
A transculturalidade nos remete ao diálogo; culturas que, embora apresentem diferenças, conseguem conversar e estabelecer trocas sem perder suas especificidades. Ao estabelecer verdadeiramente um diálogo, permeando outros pontos de vistas sem abandonar a sua perspectiva, o intercâmbio cultural, de fato, ocorre. Por sua vez, a interculturalidade pressupõe multiplicidade de culturas que se conformam dentro de uma heterogeneidade por onde são estimuladas práticas de interação, compreensão e respeito entre os grupos étnicos.
O contato entre os povos do mundo é inevitável e traz consigo grandes responsabilidades e a educação internacional ultrapassa a ideia de apenas inserir um novo idioma ou habilidade no aluno, ela tem o papel de apresentar a importância da compreensão de um mundo cada vez mais multicultural e a possibilidade de convivência harmoniosa, respeitosa e colaborativa.
